sexta-feira, abril 29, 2005

Carolina

carol

Faz um ano que ela enfeita nossas vidas.

É hora, já sei, de aproveitar
Lá fora, amor
Uma rosa nasceu
Todo mundo sambou
Uma estrela caiu
Eu bem que mostrei sorrindo
Pela janela, ói que lindo
Mas Carolina não viu

(Chico Buarque)

terça-feira, abril 26, 2005

E esse frio que não passa?

Coisa que eu tinha quase esquecido como era, o tal do frio. Depois de tanto tempo sentindo muito calor (e em lugares diferentes), uma frente fria me saúda a volta ao estado do Rio. E passei o dia todo agasalhado...
Agora à noite (pelo menos foi quando meu pai me deu conta disso) comecei a tossir.
As palavras saem como um sussurro...
Toma mel com própolis, disse um amigo. Bom que lembra "Petrópolis", observou. Percebi então que em Petrópolis deve estar fazendo muito mais frio. Aí parece ridícula minha reação à mudança de clima.

Uma avó ficaria perplexa com "essa tosse de Bruno, que nunca passa". A outra me faria um mel de beterraba, lá. Desse eu gosto... Até tomaria.
Mas... própolis? Sei que o gosto não é ruim, mas essa palavra não me agrada nem um pouco. Fico na vitamina C e no agasalho. Sussurro e tusso por uns tempinhos a mais e daqui a pouco estou renovado, pronto pra mais uma frente fria.
Saudades dos meus avós.
* "Tá todo mundo ficando doente", né Lellye?

segunda-feira, abril 25, 2005

O último dia do brilho perene

- Alguém viu?
- O quê?
- O sol... Apagou de repente, por menos de um segundo.
- Quê?
- Como um flash, só que ao contrário.

Depois desse dia, o sol nunca mais foi o mesmo. Todos começaram a reparar que não, o brilho não era ininterrupto, tampouco eterno. E foi-se apagando mais e mais vezes, cada vez por mais e mais tempo. Até que houve uma noite no meio do dia.

domingo, abril 10, 2005

De Fifi, com amor

É o melhor irmão do mundo!!! O único que sai comigo pro shopping e passa horas sentadinho, segurando as roupas, enquanto eu tô dentro do provador, provando-as. E sai comigo e todos pensam que é meu namorado. E, quando ganhou o sorteio pra entrar numa loja e pegar o que quisesse em 15 segundos, não pegou nada pra ele, mas pegou um ursinho pra mim. E deixa eu ficar com o outro bem-casado depois de eu insistir muito. E deixa eu dormir no quarto dele quando não tô nem um pouco a fim de dormir sozinha. E aí eu digo a ele que eu jogo gamão com ele, que eu fico quietinha e deixo ele ler até altas horas se ele quiser, aí ele deixa. É o único que me dá aquele abraço bem apertado, que, mesmo que às vezes eu diga 'tá boooommm, tá boooommmmm', é o abraço que eu mais gosto de todos, é o mais verdadeiro, é único. O mais inteligente. O mais compreensivo. O 'menino de ouro' (pelo menos pra tooooda a família). O filho querido (eu sou a filha rebelde, diga-se de passagem). Rooooonca que chega me dá medo!!! E vive reclamando quando eu deixo a luz acesa do quarto, o som ligado, o queijo de copo fora da geladeira. Ele reclama muito, porque ele é sempre muito correto. Olhando assim, todos pensam 'nossa eles são tão unidos, devem contar tudo um pro outro'. Não, não. Bruno não me conta nada. Ele é muito reservado. Mas eu sempre descubro tudo mesmo. Eu sou muito mais esperta do que ele. Porque, apesar de ele ser inteligente, e maduro, e responsável, eu sou a desenrolada da história. Por isso que a gente se completa. Por isso que eu morro de saudade dele. =(((
Porque ele é o único que nunca vai me decepcionar, que nunca vai me deixar na mão. Que vai fazer de tudo pra me ajudar quando eu estiver triste e que vai me dar os melhores conselhos. Morro de saudade de dar opinião nas roupas dele. Sim, sou eu que escolho todas. E as que ele compra, também. Se você vir ele com uma camisa bem massa, fui eu que escolhi, pode ter certeza. Ele confia muito no meu gosto. E eu confio muito nele... porque irmão é a pessoa mais próxima daquilo tudo que você viveu com a família. Irmão é aquele que te prende a todas as lembranças em casa, boas ou ruins. É aquele que a conhece direitinho, porque convive com você dia e noite, noite e dia. E porque esse irmão aí é de verdade. Ele não é só meu irmão na teoria, ele é na prática. Ele é a pessoa mais tudo pra mim... e a nossa família é a mais perfeita de todas!!
E, mesmo que ele esteja longe da gente, a gente nunca vai deixar de ser essa família linda que a gente é, e nunca vamos deixar de estar unidos. Te amo muuuuitoo, Bruno! Espero que você esteja muito feliz aí, porque, se não estiver, volta logo!
Mil beijos da sua irmã mais linda,
Fifi... =)

sexta-feira, abril 08, 2005

Coincidências da vida privada

Lellye se identificou com a história de Fabiano e Fabiana. Não porque ela esteja apaixonada por um Leylliano, mas porque, nessa semana mesmo, ouviu a seguinte história (real, diga-se):
Era uma vez um casal de amantes bem-amados. A avó da garota, Otacília, casou-se com Otacílio, irmão de Onofre, que, por sua vez, é avô do namorado e casado com Creuza, irmã de Otacília. E, como se não bastasse, Otacília completa anos no mesmo dia em que Onofre, enquanto o aniversário de Otacílio é também o de Creuza.

A bem da verdade, Otacílio e Otacília são, de fato, meus bisavós. E casaram-se, não sei como, encontrando-se com nomes tão raros e tão iguais. Daí vieram dois dos nomes fictícios da historinha (real, diga-se mais uma vez) que Lellye resolveu compartilhar. Porque também seria coincidência demais dois casais de Otacílio e Otacília num mesmo mundo!

quinta-feira, abril 07, 2005

Três breves histórias sobre o amor

Alfredo Matias era um pobre coitado. Bem mais coitado que pobre, aliás.
Era amante, mas não amado. E isso transformara sua vida brutalmente.
Depois de perceber o amor que sentia por sua amada, decidiu se entregar. Não a ela, mas ao mar.
E havia tanto mar, quando se deixou levar, que nunca mais foi visto o brilho que tivera um dia em seu olhar.
Alguns amigos comentaram da falta que sentiam dos olhos de Alfredo Matias. Mal sabiam eles que o olhar morrera antes do pulmão se encher de água salgada. Bem antes de Alfredo entrar na imensidão do mar.
Não havia brilho nos olhos de Alfredo desde o dia em que descobriu amar.

- x -

Dininha corria ao vento, segurando a barra de seu vestido. Adorava correr e sentir o vento balançar seus cabelos lisos, loiros.
Só assim sentia-se livre.
Havia caído de paixão por Luís, dias antes dessa tarde de sol. Mas não sabia que ele a admirava já há bastante tempo.
E Luís, por ser tímido e não gostar do vento nos seus cabelos crespos, não saiu da cama enquanto Dininha balançava o vestido pela rua, em frente à sua casa.
Percebeu o admirável balé da garota, que parecia flutuar sobre nuvens, através da janela do quarto. Mas não sabia que ela havia caído de paixão por ele dias antes. Ficou no quarto, vendo-a através do vidro que o mantinha protegido do vento, enquanto caía a tarde com um pôr-do-sol inexplicável.

- x -

Fabiana e Fabiano eram um casal improvável. Começando pela coincidência dos nomes. Ninguém conhecia outros dois que se amassem com nomes assim, tão parecidos.
As semelhanças extrapolavam a identidade: tinham nascido no mesmo dia, escolheram a mesma profissão e, fisicamente, até se pareciam um com o outro.
E amavam-se, contra todas as expectativas. Dizem que os opostos se atraem, mas Fabiano e Fabiana eram a prova viva de que semelhantes podem às vezes se amar. E dar certo.
- Fabiano, eu te amo.
- Também te amo, Fabiana.
Eles, sim, viveram felizes para sempre.

quarta-feira, abril 06, 2005

Sur-real

Estava entre os amigos. Fazia tempo que não os via assim, todos juntos. Fazia tempo que não se viam.
De súbito, sem maiores explicações, ela lhe dá um beijo estalado na boca, como se fosse lógico.
Mesmo sem entender, mesmo tendo excluído qualquer possibilidade semelhante, deu-lhe a mão e se deixou levar por aquela inexplicável situação, seguindo os passos dela.
Sentiu receio das perguntas que não os calariam. E, porque há tempos não se falavam como antes, não tocaram no assunto; continuaram a aproveitar o raro momento juntos, com um amor que não parecia mais tão rarefeito.
Acordou.
Tão de súbito entendeu o porquê de todo o surrealismo.
Desejou aquela obviedade desconcertante e a naturalidade quase que banal. Sentiu, de novo, como uma navalha cortando-lhe a carne, o amor que há tanto tentava esquecer. Sofreu sozinho.
Sonhar era, por si só, mais ridículo que o próprio sonho. E o amor voltou, como quem insiste em não se despedir por completo, só porque sabe que não irá jamais.

segunda-feira, abril 04, 2005

O ataque dos bichos - parte 2

De novo, lá vêm as formigas atômicas importunar meu juízo. Nada aqui em casa pode ficar fora da geladeira ou um pouco aberto por mais de 1 minuto, que elas aparecem, em bandos assustadores, para traçar o que estiver à vista.
Impressionante!
É bem verdade que o açúcar elas não se atrevem a atacar mais. Também pudera – a palavra SAL continua lá, firme e forte, funcionando que é uma beleza.
Mas hoje deixei uma travessa em cima do balcão por alguns minutos e, quando voltei, quase não consegui encontrá-la de tanta formiga que tinha em cima. Foi uma chacina... vocês me conhecem: em se tratando de formigas, não tenho piedade alguma.
Vou começar meus planos de defesa e contra-ataque (porque nem tudo é perfeito). E ai da intrometida que se engraçar com meus ovos de Páscoa! Ah, eu mato! Se mato.

domingo, abril 03, 2005

Vê quanta estrela no céu

Hoje tem tanta estrela no céu, que eu poderia subir aqui na laje e passar a noite observando-as. Só que tenho algumas coisas mais importantes pra fazer.
Tem tanta estrela no céu, que parece bem poética a noite, não fosse essa a previsão de mais um dia quente. Não há vento, nem nuvens pra aliviar o calor.
Tem tanta estrela no céu, que alguém ainda se engana com a beleza das suas luzes, inconfudível. Estão tão distantes que nem é possível tocá-las.
Tem tanta estrela no céu, que nem se vê a Lua, mais solitária que nas últimas semanas. Ninguém reparou na falta que ela faz.
Tem tanta estrela no céu, que é até ridículo pensar numa outra forma de mundo, sem céu, sem luzes, sem luar. Ainda assim nos faz pensar.
Tem tanta estrela, tanta estrela, que deixa brotar um sorriso nessa noite tão solitária, tão cheia de lembranças. Deixa o sol nascer.

sábado, abril 02, 2005

A última da nutricionista

Tive o prazer, como muitos brasileiros, de assistir a uma das mais recentes pérolas da internet (hoje semi-extinta), que consistia num vídeo de uma entrevista do Bom Dia Pernambuco. A entrevistada era ninguém menos que Ruth Lemos, uma simpática senhora que, em poucos segundos, se transformaria na sensação do telejornalismo brasileiro.
Já se sabe que a causa da súbita gagueira da entrevistada fora a sua incompatibilidade com o ponto eletrônico.
Mas parecia que Ruth Lemos seria a prova cabal daquele eqüestre ditado - depois da queda, o coice. Ocorre o contrário. Se realmente houve uma queda, nossa amiga se levantou rapidamente e começa agora a tirar proveito dela.
Na Veja dessa semana há uma discreta, mas profunda entrevista com a nutricionista mais querida do Brasil sobre as conseqüências daquela outra dada em agosto ao telejornal. Dessa vez, ressalte-se, ela não gaguejou. Ao que tudo indica, ela está mesmo começando a se divertir com toda essa história e a repentina fama.
Ao ser perguntada se realmente pantetearia o jargão sanduíche-íche, respondeu, toda prosa: "Sim, porque virou uma marca. Estou patenteando também 'folhóóóósos' e 'qualidade-de-de de vida' ou coisa parecida."
É assim que se fala, Dona.
Ponto pra Ruth Lemos.