quarta-feira, abril 06, 2005

Sur-real

Estava entre os amigos. Fazia tempo que não os via assim, todos juntos. Fazia tempo que não se viam.
De súbito, sem maiores explicações, ela lhe dá um beijo estalado na boca, como se fosse lógico.
Mesmo sem entender, mesmo tendo excluído qualquer possibilidade semelhante, deu-lhe a mão e se deixou levar por aquela inexplicável situação, seguindo os passos dela.
Sentiu receio das perguntas que não os calariam. E, porque há tempos não se falavam como antes, não tocaram no assunto; continuaram a aproveitar o raro momento juntos, com um amor que não parecia mais tão rarefeito.
Acordou.
Tão de súbito entendeu o porquê de todo o surrealismo.
Desejou aquela obviedade desconcertante e a naturalidade quase que banal. Sentiu, de novo, como uma navalha cortando-lhe a carne, o amor que há tanto tentava esquecer. Sofreu sozinho.
Sonhar era, por si só, mais ridículo que o próprio sonho. E o amor voltou, como quem insiste em não se despedir por completo, só porque sabe que não irá jamais.

2 Comments:

Blogger BeL said...

o pior do amar é quando se deve esquecer e por motivos que não são seus. Sinto isso também. Mas, o mais difícil é ainda sonhar com a possibilidade. =/

Mto lindo o texto, como sempre!!!

6/4/05 23:18  
Anonymous Anônimo said...

eu nao lembro quem morreu nao primo. foi alguem q biti axava q eu conhecia q era do cbv parece. tu nao lembra nao?? eu tinha falado cntg no fone antes de falar c ela. vcs tavam em aldeia, eu liguei pro celular de antonio pq era final de semana e era de graça... foi nas ferias isso.. em janeiro... =P

7/4/05 17:33  

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