Domingo, após o segundo turno das eleições (coisa de que não agüento mais ouvir falar, por sinal), fui pra Piratininga, uma praia niteroiense - estava marcando 43° no reloginho em São Francisco (e hoje o dia foi mais quente, não sei quanto). Meu feriado foi ótimo. Passei com minha nova família.
Depois de tremer (mesmo) ao entrar no mar de Piratininga, deu-me uma saudade incontrolável das (agora sim, percebo) quentes águas oceânicas do litoral pernambucano. Por falar em Pernambuco, uma de minhas leituras no feriado referia-se à questão agrária no Brasil (aproveitando os 20 anos do MST*) e nela descobri que é nesse estado onde ocorre o maior número de manifestações e invasões do Movimento dos Sem-Terra...
Para minha infelicidade, a revista que continha esse artigo não era nada atrativa - longas reportagens, letras miúdas, parágrafos extensos (além, é claro, de ter aquele como único tema da edição) -, como bem definiu-a minha prima, "um maravilhoso remédio para insônia".
E, não por falta de tentativas em contrário, parei de ler antes mesmo de terminar o único artigo que comecei (e com a melhor das intenções).
Hoje, pela manhã, remexia-me na cama ainda dormindo, sentindo um mormaço fora do comum. Quase inconscientemente, abro os olhos e vejo que já é dia. Apesar da cortina ainda estar fechada, a luz passava pelas frestas logo abaixo do trilho com uma intensidade anormal. "Meu Deus, perdi a aula! Já deve ser tarde!"
Olho pro celular, que me serve mais de relógio que de qualquer outra coisa - 7:10! "Mas que sol é esse?" Imaginem: estamos em horário de verão, mas eu não esperava que o verão, em si, fosse chegar tão rápido.
O dia todo foi quente, piorando a cada minuto que passava. As pessoas na rua secavam o suor da testa com as costas das mãos e suspiravam com certo ar de irritação. Na praia, só se viam bolas de vôlei, futebol e frescobol, passando de um lado pro outro. É verão!
Mas um verão um tanto quanto insuportável!
Agora já anoiteceu. Depois de um longo e quente dia, a noite era aguardada como um banho frio. Nada... parecia mesmo um banho de água morna. A temperatura não baixou tanto quanto eu esperava e o calor continua por aqui, entrando pelas janelas, consumindo todo o apartamento.
E eu pensando que recifense era acostumado a altas temperaturas...
Não consigo entender o que os americanos vêem em Bush. Eleito? Pô, qual é a de vocês, hein? Mesmo sendo um leigo, arrisco dizer que nossos vizinhos ricos estão acelerando o declínio do seu império. Não sei o que será do mundo nos próximos quatro anos. Ninguém sabe...
*Esta semana, aliás, é a II Semana Nacional de Cultura e Reforma Agrária, marcando os tais 20 anos do movimento que citei, a realizar-se na UFPE. Sei que hoje já é quarta, mas vale a pena não passar em branco. (né, Lellye?)