Tarde resposta
Enfim, te respondo:
Eu não voltei porque não tinha volta. Quando percebi que você ainda me queria, eu já não lembrava motivos pra te amar.
Eu não voltei porque tudo tinha mudado drasticamente. Você já não era mais tão azul. Você não me dizia mais aquelas coisas engraçadas, espontâneas, assustadoras. Ou talvez eu não quisesse mais ouvir as suas palavras.
Eu não voltei porque o sol se pôs antes da hora. Porque não deu tempo de correr atrás do último do trem, que já havia partido quando alcancei a estação. E eu não tinha mais pernas nem fôlego pra te procurar.
Eu não voltei porque eu vi sua nuca. Você me virou as costas quando eu ia te pedir ajuda. Você não percebeu; mas não perceber foi doloroso demais pra mim.
Eu não voltei porque não quis voltar. Lembrei-me do quanto a gente pode ser tão diferente. Você não sabe nada de Rembrandt e eu não sei nada de Vertov. Você perde as pernas em qualquer ritmo e eu não me encontro em canção alguma.
Eu não voltei porque não tinha volta. Amassei o único poema que te escrevi. Porque Rembrandt é amarelo. Porque sua nuca não é seu corpo. Porque sua boca não são só beijos. Porque agora é noite e já está (no meio da) tarde.
Eternamente seu.
Eu não voltei porque não tinha volta. Quando percebi que você ainda me queria, eu já não lembrava motivos pra te amar.
Eu não voltei porque tudo tinha mudado drasticamente. Você já não era mais tão azul. Você não me dizia mais aquelas coisas engraçadas, espontâneas, assustadoras. Ou talvez eu não quisesse mais ouvir as suas palavras.
Eu não voltei porque o sol se pôs antes da hora. Porque não deu tempo de correr atrás do último do trem, que já havia partido quando alcancei a estação. E eu não tinha mais pernas nem fôlego pra te procurar.
Eu não voltei porque eu vi sua nuca. Você me virou as costas quando eu ia te pedir ajuda. Você não percebeu; mas não perceber foi doloroso demais pra mim.
Eu não voltei porque não quis voltar. Lembrei-me do quanto a gente pode ser tão diferente. Você não sabe nada de Rembrandt e eu não sei nada de Vertov. Você perde as pernas em qualquer ritmo e eu não me encontro em canção alguma.
Eu não voltei porque não tinha volta. Amassei o único poema que te escrevi. Porque Rembrandt é amarelo. Porque sua nuca não é seu corpo. Porque sua boca não são só beijos. Porque agora é noite e já está (no meio da) tarde.
Eternamente seu.