domingo, outubro 31, 2004

mentes bombardeadas

Não dá pra ficar pensando em muita coisa ao mesmo tempo. Tudo tem limite...
Querem que eu saiba tudo sobre todos - até eu quero saber "tudo sobre todos"! É a modernidade que se apossa de nós cada vez mais. Ou seria a contemporaneidade? Nunca sei.
Pois bem... Leio a Veja dessa semana. Um punhado de notícias. Assisto ao Jornal Nacional - outro punhado de notícias. Algumas inúteis minha memória tenta descartar. Desprezar, mesmo. As importantes, essas sim, gostaria de guardá-las. Quem disse que é possível? A única notícia que lembro ter lido na revista foi sobre a surra que a Maria do Carmo, "pernambucana arretada", como diz o artigo, deu na Nazaré na novela das oito (nove?). Cultura inútil? Também acho... Mas querem ainda que eu me lembre da leucemia que acomete Arafat, da queda de Fidel Castro (e também o futuro de Cuba, sem o seu pai-ditador-criador-repressor-tutor) e da eleição presidencial norte-americana. Não dá! Impossível saber de tudo isso. Não sou uma enciclopédia ambulante: tenho meus defeitos. Quem quiser que creia em minhas estórias - eu não garanto veracidade (tampouco verossimilhança).
Não paro de pensar no Soneto XIII de "A Via Láctea", Olavo Bilac - "Ora (direis) ouvir estrelas..." - por que será? Certo perdi o senso. Direi-vos, amigos, cansei de tentar saber, ver e entender as coisas. Vou virar um tomate. Quem sabe, assim, entenderei melhor minha vã filosofia e o mundo ao meu redor?
Tomate...
Só espero não ser extrato, um dia.
"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso"! E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
'Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora, "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-las:
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas".
(Olavo Bilac)
-> Hoje é aniversário do meu primo que tanto amo. Parabéns, Lilo!!! Nove anos já são muita coisa. Não cresce muito rápido, não...

TRIIIIMMM (telefonemas matutinos)

Domingo, 9:00

- Alô?

- (...)
(clic)

Domingo, 9:03

- Alô?
- Alô!
- Diga?
- Fala, cachorro!
- (...)
- (...)
- Erh... quem fala?
- É a Patrícia!!!
- Quer falar com quem?
- Ah, Jú-liô!
- Erh... né daqui, não!
- Que é isso? Liguei errado?
- Ligou.
- Ah, pára de caô! Nem tem graça!
- Ligou.
- Ah, Júlio! Vou desligar e não ligo mais, hein?
- Tá bom, então!
- Tchau!
- Tchau!!!
(clic)

*Êta vidinha agitada...



sábado, outubro 30, 2004

Niterói, cá estou.

"O Preto? Fazendo um blog? Como assim?"
Sim, amigos, um blog. E por um motivo simples: prefiro não mais lhes atormentar as caixas de entrada com e-mails que não fazem sentido algum. Ponho minhas divagações aqui - leiam-nas os que se interessarem; desistam os que não as aturarem.
Não deixarei de mandar notícias via e-mail e aqui estarão meus programas diários, minhas saudades eternas, minha vida só.

Desde o começo acho Niterói um lugar meio estranho - num bom sentido. Agora pareço entender o porquê. Apesar de não ser uma mera cidadezinha, tudo pode ser feito a pé. E não é tão perto assim - falo de uma cidade grande. Uns passos pra cá, outros pra lá e já estamos em outro bairro. Alguns mais, chega-se à praia, ao museu, ao campus, ao cinema, a casa. É sempre bom chegar em casa... e pôr os pés pra cima, fazer nada. Descansar...
Pior que hoje era o meu dia de faxina. Sim, passar o vassourão em casa. Limpar tudo, arrumar a casa de uma vez por todas, pra, durante a semana, tudo sair do seu devido lugar - a ordem natural das coisas. Tende-se ao desequilíbrio.

Me passa o rodo e o pano de chão.
Vou fazer isso aqui sorrir!
DIÁLOGO ILUSTRATIVO
Lúcia: Ai, Bruninho, quando eu limpo a casa, ela chega fica rindo!
Eu: Que rindo o quê, Lúcia! Desde quando casa ri?
(risos)
Lúcia: Ah, mas tá linda, ela - rindo!
Eu: Oxe, Lúcia. Além de falar com as plantas, tu ainda vê os dentes da casa...
(risos)
Eu (off): Se bem que, pelo menos, mais feliz ela fica!
*saudades de casa